sábado, 13 de junho de 2020

Autismo e Inclusão / TEACCH, ABA e PECS



Autismo e Inclusão

Um atendimento especializado, antes de uma inclusão escolar, pode ajudar a criança a desenvolver a consciência de si mesma, preparando-a para utilizar-se de modelos, posteriormente.
Podemos, portanto, tentar exemplificar com a seguinte pergunta: se você precisar ir a um país com uma cultura completamente diferente da sua, que alternativa lhe parece melhor, arrumar a mala, tomar o avião e ir, ou preparar-se aprendendo os costumes e o idioma do povo da cidade para onde vai, durante um ano?
Fica claro que o melhor é preparar-se e ter um intérprete por perto, e é por isso que geralmente atuamos no sentido de desenvolver a consciência desta criança em relação às suas potencialidades, antes de tentar a inclusão, e sempre estamos em contato com a criança e com a escola, para ajudar em caso de dificuldade.

"TEACCH (Treatment and Education of Autistic and related Communication handicapped Children)
-Tratamento e educação para crianças com autismo e com distúrbios correlatos da comunicação-
O Teacch foi desenvolvido nos anos 60 no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, e atualmente é muito utilizado em várias partes do mundo. 
O Teacch foi idealizado e desenvolvido pelo Dr. Eric Schopper, e atualmente tem como responsável o Dr. Gary Mesibov.
O método TEACCH utiliza uma avaliação chamada PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado) para avaliar a criança, levando em conta os seus pontos fortes e suas maiores dificuldades, tornando possível um programa Individualizado.
O método baseia-se na organização do ambiente físico através de rotinas - organizadas em quadros, painéis ou agendas - e sistemas de trabalho, de forma a adaptar o ambiente para tornar mais fácil para a criança compreendê-lo, assim como compreender o que se espera dela. Através da organização do ambiente e das tarefas da criança, o TEACCH visa desenvolver a independência da criança de modo que ela necessite do professor para o aprendizado, mas que possa também passar grande parte de seu tempo ocupando-se de forma independente." 
"ABA (Applied Behavior Analysis) 
- Análise aplicada do comportamento -
O tratamento comportamental analítico do autismo visa ensinar à criança habilidades que ela não possui, através da introdução destas habilidades por etapas. Cada habilidade é ensinada, em geral, em esquema individual, inicialmente apresentando-a associada a uma indicação ou instrução. Quando necessário, é oferecido algum apoio ( como por exemplo, apoio físico ), que deverá ser retirado tão logo seja possível, para não tornar a criança dependente dele. A resposta adequada da criança tem como consequência a ocorrência de algo agradável para ela, o que na prática é uma recompensa. Quando a recompensa é utilizada de forma consistente, a criança tende a repetir a mesma resposta. 
O primeiro ponto importante é tornar o aprendizado agradável para a criança. O segundo ponto é ensinar a criança a identificar os diferentes estímulos. 
Respostas problemáticas, como negativas ou birras, não são, propositalmente reforçadas. Em vez disso, os dados e fatos registrados são analisados em profundidade, com o objetivo de detectar quais são os eventos que funcionam como reforço ou recompensa para os comportamentos negativos, desencadeando-os. A criança é levada a trabalhar de forma positiva, para que não ocorram os comportamentos indesejados. 
A repetição é um ponto importante neste tipo de abordagem, assim como o registro exaustivo de todas as tentativas e seus resultados."
PECS (Picture Exchange Communication System)
-Sistema de comunicação através da troca de figuras-
O Pecs foi desenvolvido para ajudar crianças e adultos com autismo e com outros distúrbios de desenvolvimento a adquirir habilidades de comunicação.
O sistema é utilizado primeiramente com indivíduos que não se comunicam ou que possuem comunicação mas a utilizam com baixa eficiência.
O nome PECS significa "sistema de comunicação através da troca de figuras", e sua implementação consiste, basicamente, na aplicação de uma sequência de seis passos. 
O Pecs visa ajudar a criança a perceber que através da comunicação ela pode conseguir muito mais rapidamente as coisas que deseja, estimulando-a assim a comunicar-se, e muito provavelmente a diminuir drasticamente problemas de conduta. "

Autismo/manual prático - AMA


quinta-feira, 4 de junho de 2020

Algumas orientações para professores, educadores e cuidadores de portadores de TEA (Transtorno do Espectro Autista)

Alguma orientações para professores, educadores e cuidadores de portadores de TEA

É importante que o professor, verifique com alguma frequência que o aluno esteja acompanhando o assunto da aula.

Além disto, é aconselhável, também, que este aluno:

1. Sente o mais próximo possível do professor. 
Deixe o aluno mais próximo de você na sala de aula para que possa estar disponível, sempre que possível, para qualquer dificuldade; 
2. Seja requisitado como ajudante do professor algumas vezes;

3. Use agendas e calendários, listas de tarefas e listas de verificação;

4. Seja ajudado para poder trabalhar e concentrar-se por períodos cada vez mais longos;

5. Seja estimulado a trabalhar em grupo e a aprender a esperar a sua vez;
6. Aprenda a pedir ajuda;
7. Tenha apoio durante o recreio onde, por exemplo poderá dedicar-se a seus assuntos de interesse, pois caso contrário poderá vaga, dedicar-se a algum assunto inusitado ou ser alvo de brincadeiras dos colega;
8. Seja elogiado sempre que for bem sucedido.

Estas são algumas sugestões, retiradas do livro 'Autismo, guia prático/2007 - Mello, Ana Maria - AMA (Associação de Amigos do Autista)


Passos para ajudar pais de crianças com autismo


Passos que podem ajudar pais de crianças com autismo:

1°: Informe-se ao máximo. Entenda o diagnóstico de seu filho.
- Não tenha medo de fazer ao seu médico e ao psicólogo, todas as perguntas que lhe vierem à cabeça;
- Leia os critérios diagnósticos disponíveis e converse sobre isso com o médico e psicólogo;
- Informe-se através de leituras dos sites disponíveis na internet;
- Converse com outras famílias que tenham passado ou estejam passando por situação semelhante, compartilhem informações;
- Conheça profissionais e instituições que se dediquem ao autismo e suas formas de tratamento.
2°: Permita-me sofrer
O momento do diagnóstico de autismo é geralmente doloroso. Nesta hora você não está perdendo fisicamente o seu filho, mas tem a sensação de estar perdendo parte de seus sonhos e planos para seu filho, o que é extremamente doloroso. No entanto, com o tempo você vai criar novos sonhos e outros objetivos vão surgir, tão importantes e desafiadores como os primeiros; mas no início é normal desmoronar. Cada pessoa vai sentir o impacto de forma diferente. Algumas pessoas o fazem sem lágrimas, procurando ocupar-se freneticamente. O tempo também varia, alguns se levantam mais rápido que outras. E outras precisam de um tempo maior para processar seus sentimentos. Você pode pensar que precisa ser forte para apoiar seu cônjuge ou outros filhos, mas para isto é necessário primeiramente ser honesto acerca dos seus sentimentos.
Procure sua própria fonte de apoio , que pode ser terapeutia, religião, um amigo ou alguém da família.
Lembre-se: o autismo é para sempre, mas não é uma sentença de morte. Você não fez nada para que isto acontecesse, mas pode fazer muito para melhorar as perspectivas de vida de seu filho.
Você pode sim escolher se vai ficar parado ou caminhar, se vai esperar ou agir. Portanto, respeite seu tempo; mas depois ... mãos a obra.
3º : Reaprenda a administrar seu tempo
Organize sua vida para continuar investindo em planos em relação a você mesmo e para poder oferecer todas as oportunidades necessárias a seu filho. 
Procure centros de tratamento especializado que ofereçam tudo tudo que seu filho precisa, sem ter que ir de um lugar a outro indefinidamente.
Se você for uma pessoa muito ocupada, tente encontrar ajuda para cuidar de seu filho, mas lembre-se que é muito importante que você entenda com profundidade as propostas da opção terapêutica e educacional que você escolheu e que você acompanhe muito de perto a evolução de seu filho. 
4º : Saiba exatamente quais são os objetivos de curto prazo para seu filho
É através dele que você vai saber o que esperar e também vai poder avaliar se a instituição escolhida é a que mais atende o que você espera. Se os objetivos propostos lhe parecerem exagerados ou modestos, tente se informar e conversar para avaliar bem essa diferença de expectativas.
5º : Por último, evite: 
- Todos que lhe acenarem com curar milagrosas;
- Todos que atribuírem a culpa do autismo aos pais,
- Todos os profissionais desinformados ou desatualizados. 



'Autismo: guia prático/ AMA'