sexta-feira, 28 de abril de 2017

Laços - R.D. Laing (continuação n° 2)

Continuação
Laços - R.D. Laing

...
A gente se sente vazia porque
não tem nada dentro da gente.
Nunca houve nada dentro da gente.
Nunca haverá nada dentro da gente.
O normal, ora o normal seria uma camisa de forças,
que a sociedade veste logo a criança,
assim que ela nasce.
O que pensamos é menos do que o que sabemos;
o que sabemos, é menos do que aquilo que
amamos; o que amamos é muito menos do que aquilo
que existe, e nessa exata medida, somos muito
menos do que aquilo que realmente somos.
Se conseguirmos deixar de nos destruir,
talvez consigamos deixar de destruir os outros.
Precisamos compreender que temos um medo
tão profundo de viver como temos de morrer.
A fantasia é um meio especial de nos
relacionarmos com o mundo. É super especial,
híper especial, lindamente especial.
Era uma vez um menininho, chamado de Lúcio,
que queria ficar o tempo todinho com sua
mãezinha, temendo que ela o deixasse sozinho.
E crescendo ainda mais, Lúcio amou Lúcia e
queria ficar com ela o tempo todinho,
temendo que Lúcia o deixasse sozinho.
Quando Lúcio cresceu mais ainda mais,
não quis ficar o tempo todo com Lúcia,
porque ele tinha medo, medo , que Lúcia
não quisesse ficar com ele o tempo todinho.
Lúcio leva Lúcia a ter medo que ela o deixe
porque Lúcio tem medo que ela o deixe.
Nascemos num mundo onde a alienação nos
aguarda, há cada vez mais preocupação com a
comunicação e cada vez menos em comunicar-se.
Nos últimos cinquenta anos, homens normais
mataram talvez uns cem milhões de seus
semelhantes .... normais !!!!!!!!!

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Laços - R.D. Laing (continuação nº 1)

Continuação...
Laços - R.D.Laing

....
Há alguma coisa que não sei
o que pelo visto eu deveria saber.
Finge então que está sabendo de tudo!
Mas eu me sinto cansada, porque eu não sei
o que devo fingir que estou sabendo.
Eu acho que sei o que pelo visto voce deveria saber.
Voce age igualzinho a nossa mãe.
Voce não reconhece nunca as nossas qualidades
e nem suporta a idéia de reconhecê-las.
Algo de errado deve haver comigo, porque eu
não acho que algo de errado deve haver comigo.
Pela primeira vez admites
um sentimento de inadequação.
Nunca houve nem nunca haverá
nada dentro de voces.
E voce não para com essa mania de projeção.
Quanto mais medo voces tem,
menos medo voces mostram.
A gente é o espelho deformante da gente mesmo.
Quanto mais má a gente é, menos má a gente se acha.
Eu sou boa porque eu me acho boa.
Voce é um pé no saco.
..
Voce é cruel por me fazer pensar que eu sou má.
Voce é cruel por pensar que sou cruel por fazer voce se acha cruel.
...
Um! Dois! Três! Quatro! Cinco!
Seis! Sete! Oito!Nove! Dez!
Somos criaturas estranhas distantes umas das outras e do mundo material
e espiritual, e até mesmo loucas do ponto de vista ideal, que nós vislumbramos...
mas não adotamos.
....Palavras não passam de um dedo
apontado para a Lua.
A sociedade educa as crianças de modo a deformá-las,
tornando-as absurdas.. sendo assim, normais!

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A peça teatral dirigida por Odavlas Petti, em 1983, um espetáculo bem reichiano
com palavras cruas e gestual chocante... abalando todo estabelecido social... nos fazendo
repensar a educação, os relacionamentos de toda ordem, o perverso no outro e em nós.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Laços - R.D.Laing


 Hoje mexendo em antigos escritos e cartas de amor, achei coisas interessantíssimas. Compartilho agora com vocês: 


 Baseado na obra de R.D.Laing / Laços / De Olavas Petti

Eles estão jogando o jogo deles. 
Eles estão jogando um jogo de não jogar um jogo.
Se eu lher mostrar que os vejo tal qual estão, 
quebrarei as regras do seu jogo e receberei punição.
E receberei a sua punição.
O que eu devo pois, é jogar o jogo deles, o jogo de não ver ... o jogo que eles jogam.
Tudo em tudo.
Cada homem em todos os homens,
Todos os homens em cada homem.
Todos os seres em cada ser, 
Todo ser em todos os seres.
Todos em cada um, cada um em Todos.
Sem  distinção não há mente para distinguir, 
Sem distinção... e sem mente.... para distinguir,
somos todos assassinos e prostitutas,
seja qual for a cultura, sociedade, classe ou nação a que pertençamos. 
Duas características de nossa época :
- Um impulso para controlar o mundo exterior ,
- Um quase total esquecimento do mundo interior.
Nossa sociedade mostra-se suja 
à luz da verdade exilada.
A beleza já não existe,
.... a não ser que ela seja falsa ...

                                 continua ,.,,